Para não deixar cair este blog no esquecimento, aqui vai mais uma imagem do Niassa. Esta cena não é novidade nenhuma para quem conhece o Niassa, apanhar lenha é o pão nosso de cada dia para quem não tem electricidade nem gás canalizado em casa. E sem a fogueirinha da ordem não há comida para ninguém, não é verdade?
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Vamos apanhar lenha?
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À volta de Metangula!
Até agora «chambo» era apenas nome de peixe. Um peixe muito comum no Lago Niassa e que eu também tive a sorte (ou azar) de comer quando lá estive em 1967. Como não tínhamos ao nosso dispor redes ou outras artes para os pescar, atirávamos-lhe com uma granada e era só recolhê-los para dentro do bote.
Peixe de água doce não tem grande paladar, a menos que o cozinheiro seja um barra e se esforce por agradar àqueles para quem cozinha. Não era o caso na CF8, pois o mestre cuca que nos tinha calhado em sorte, já não me recordo do seu nome, só era barra a entornar o garrafão do tintol que ia buscar ao paiol para os temperos. Mas quando a fome aperta... não se pode ser esquisito, marchou o chambo e marchava qualquer coisa que pusessem à nossa frente.
Chambo agora também é nome de barco e, por sinal, um bem importante, porque além de ter sido construído em Peniche e viajado de comboio até ao Lago Niassa, é o primeiro navio digno desse nome a navegar por conta dos moçambicanos. O único navio que andava por aquelas paragens, refiro-me à costa moçambicana do Lago, era o velho Ilala do Malawi, mas parece que vai ser retirado de serviço. Ou pelo menos vai deixar de passar pelo Cobué e Metangula.
Agora só falta construir uma ponte-cais onde ele possa acostar. Vou ficar de atalaia para ver se essa notícia aparece no Jornal Faísca que é o meu fornecedor de informação, de momento. Ainda não percebi porque não utilizam a velha ponte-cais onde atracavam as nossas lanchas de fiscalização, na baía de Tungo. Se é por ser pequena demais, aumentava-se um pouco e ficaria a obra mais barata. Enfim, eles é que sabem!
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Música na Chuanga!
Realizou-se esta semana na praia da Chuanga o Festival de Música do Niassa. Esta imagem, refiro-me à paisagem que se avista, deve ser a coisa mais vista e repetida em todos os álbuns de fotografias dos veteranos de guerra que passaram pelo Niassa. Deixo aqui esta fotografia para eles verem o aspecto da praia, há apenas 5 dias, e matarem saudades da imagem que já não vêem há perto de 50 anos.
Há por aí alguém que gostasse de lá ter ido e dançado uma batucada?
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Um Niassa de sonho!
Esta imagem não é do Niassa. Mas podia ser, não podia? Mangueiras como estas era o que mais havia por lá e farturinha de água também. Então onde está a diferença? No cuidado que se nota neste espaço, o que dá a entender que andam por aqui turistas que deixam os dólares, coisa que não acontece em Metangula.
Se alguém investisse na construção de dois ou três resorts de férias e reactivasse o aeroporto... outro galo cantaria! E não seria o do sargento Veloso!
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Curandeiro 5 estrelas!
Peço um favor a quem visitar este blog - se conhecerem a língua em que é feita a reza deixem aqui um comentário, pois tenho a maior curiosidade em descobrir.
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Antes que acabe o ano!
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Votos de natal!
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A última do Ano Velho!
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Guanabara!
Tinha condições para ser tão procurada como a baía de Guanabara e no entanto só se vêem cubatas com tectos de capim. Tanto num lado como no outro existem coisas boas e más, mas aqui são muitas as boas e poucas as más. Nada de poluição, confusão, ruído, trânsito e todas essas encrencas que a vida moderna traz atreladas a si. Porque será então que todos correm para o Brasil e se esquecem de Moçambique?
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E já lá vão 50 anos!
Para quem vive em Nova Iorque, Londres ou Berlim pouco sentido tem esta imagem. Para quem como nós se fartou de calcorrear as aldeias do Niassa, nada tem de novo ou estranho. É uma simples cena da vida quotidiana de uma família de Nyanjas. O capim, uma mulher, crianças e a cor da terra argilosa que reveste as paredes da palhota que eu recordo como se ainda por lá andasse hoje.
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Que futuro para Metangula?
Pus-me a olhar para esta fotografia e deixei a minha imaginação à solta imaginando que isto poderia ser a Metangula do Século XXII. O porto de mar talvez seja um pouco exagerado para um "mar" interior por maior que ele seja. Mas tendo em consideração que banha vários países que, com excepção da Tanzânia, não têm acesso ao mar e meios de transporte, quer rodoviários quer ferroviários, deficitários tudo pode acontecer.
Alguém cortou a catarocha do monte Tchifuli, por razões que não consigo adivinhar, talvez para lá instalar um mini-aeroporto ou heliporto, quem sabe. A linha do caminho de ferro que ligava Nacala a Lichinga foi modernizada e prolongada até Meponda, onde funciona um porto especializado no transporte de carvão, minério de ferro e outros. Mercadorias do Malawi, da Zâmbia e até da República do Congo são ali recebidas para exportação para os portos do Índico e para o Extremo Oriente.
O aumento dos negócios propiciou o crescimento do turismo e o porto de Metangula, devido às excelentes condições naturais da sua baía (Tungo) transformou-se no maior entreposto turístico do Lago Niassa. Turistas procurando os safaris organizados pela Reserva do Niassa acorrem ali de todos os cantos do planeta. Cruzeiros percorrendo o lago a toda a sua latitude e longitude, com paragem nas principais cidades do Malawi e da Tanzânia começam a ser famosos em todo o mundo.
Finalmente a prosperidade chegou a Metangula transformando aquele recanto do céu numa metrópole que pode rivalizar com Hong-Kong ou a Cidade do Cabo sem medo de lhes ficar atrás.
Se não é, podia ser assim. Ou não?
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Lindo Lago!
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Atraso de vida!
O Comboio do Catur!
Há muitos, muitos anos, fiz a viajem de Nacala até ao Catur num comboio como este. Nesse tempo ainda os carris não tinham chegado a Lichinga e segundo parece o mundo andou para trás, pois já não chegam lá outra vez, nem sequer de Cuamba ao Catur. As doutrinas socialistas têm destas coisas, transformam bons homens em maus políticos e é o povo e o país que sofrem as consequências.
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Lá pela Serra da Gorongosa!
Gente de armas na mão faz-me lembrar outras guerras há muito esquecidas. Quem não gosta de comunistas tem muita dificuldade em aceitar a Frelimo como ela é, mas pegar em armas não é solução. Tem que haver uma forma de os moçambicanos se entenderem sem ter que recorrer à violência. A falar é que a gente se entende e os adeptos da Renamo têm que convencer a população a votar neles provando que são mais honestos e interessados em defender os interesses dos seus concidadãos do que os esquerdistas amigos de Moscovo e Pequim.
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Os Nyanjas!
Miúdas do Niassa que à falta de água canalizada (modernices que ainda não chegaram àquele sítio) em suas casas, vão lavar a roupa ao lago e carregam água para casa no regresso.
O Lago é o ponto de encontro de toda a gente ao longo do dia. Os homens pescam, as mulheres lavam a roupa e as crianças brincam sentindo-se à-vontade tanto dentro como fora de água. Os Nyanjas sentem-se como peixes na água, estão portanto no seu ambiente.
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Nova foto da Torre!
Que tal a foto do Edifício do Comando e da Torre, aqui ao lado? Encontrei-a na Revista da Armada e como está muito melhor que a outra (é a cores e tudo!) resolvi trocá-las.
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Velas no Niassa!
Barco à vela no Lago Niassa. Para mim é uma completa novidade, pois nunca lá vi nenhum. E suponho que não era por falta de habilidade dos Nyanjas, mas antes pela falta do tecido para fabricar as velas. O único tecido que se via por aquelas bandas era o das capulanas das mulheres que não tinha tamanho nem estrutura para resistir ao vento. E até o vento era escasso, pois eram mais os dias de acalmia do que de vento. Barcos também não havia, só pirogas escavadas em troncos de árvore. Não admira portanto que eu os não tenha visto por lá.
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Ter um amigo não tem preço!
Há um ditado que reza assim:
- Quem tem amigos não morre na cadeia!
O Luís (que podem ver aqui acima) é o amigo que durante tanto tempo procurei em Metangula sem o conseguir encontrar. E para maior felicidade também é fuzileiro e vive na Base Naval tal como eu vivi, há quase 50 anos. Ele é, assim a modos que, o meu substituto, faz agora o que eu fazia então.
O que mais queria era encontrar um correspondente no Niassa que tivesse acesso às novas tecnologias, que gostasse de navegar na internet e estivesse disposto a aturar-me com os meus infinitos pedidos. Ao encontrar o Luís tive mais sorte do que alguma vez podia esperar. Maravilha! Foi ele que me enviou a foto da Torre do Farol que há dias publiquei aqui.
Daqui lhe envio o meu muito obrigado com um grande abraço!
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Metangula - A baía!
Bela imagem da baía de Tungo (alguém se lembra deste nome?) onde se podem ver com alguma nitidez os edifícios das Oficinas das Lanchas junto à praia.
O monte Tchifuli parece muito mais baixo do que na realidade é. Alguém sabe explicar porquê?
Como a foto foi tirada de cima da Torre do Farol, criou um certo ângulo, de cima para baixo, que faz parecer o monte relativamente baixo, o que não corresponde à realidade.
Lá ao fundo, do lado esquerdo, pode ver-se o cais das lanchas.
Um dia destes vou pedir ao Luis para repetir esta foto para vermos como estão as coisas quarenta e tal anos depois. Imagino esta foto tirada nos últimos anos da nossa permanência no Niassa, já na década de 70.
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Nas águas azuis do Niassa!
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